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Acupuntura e Ansiedade

Acupuntura e Ansiedade
por João Bosco Guerreiro

Recebi hoje a versão definitiva da tese da Profª Drª Claudia Maria Guimarães, de cuja banca tive a honra participar. A Dra. Claudinha, para os íntimos, fez um belo trabalho sobre a acupuntura e a ansiedade.

O título da tese é: Efeito da acupuntura nos sintomas de ansiedade e depressão e nos parâmetros fisiológicos de voluntários adultos. Bom, tudo bem, o título realmente não é dos mais palatáveis. Já vi piores – muitos – embora confesse que não me lembre de ter visto melhores. É o mal das teses. Com certeza a doutora está perdoada.

Ela já tinha feito o seu mestrado avaliando o tratamento da ansiedade em ratos. Eu sei que vocês podem me perguntar se o mundo está assim tão estressante, a ponto dos ratos procurarem a acupuntura para se tratar. Acontece que os ratos ainda são bastante usados na pesquisa. Afinal, como disse o professor Ysao Yamamura, por sinal co-orientador da tese, ratos não faltam às consultas, não perdem o ônibus e você consegue terminar rapidinho a sua pesquisa.

Existem vários testes para avaliação da ansiedade em ratos, e tem sido demonstrado que os ratos tratados com a acupuntura melhoram frente aos outros que não são tratados. E não é “psicológico”. Bom, mas isso é outra estória.

Neste momento a Dra. Cláudia trabalhou com voluntários adultos. Vinte cinco deles, humanos, bem entendido. Embora seja difícil falar em ratos voluntários.
Na tese foram avaliados questionários específicos para ansiedade e depressão. Respectivamente, Ansiedade Traço-Estado e Beck. Além disso, as avaliações fisiológicas foram realizadas por meio de registros de eletromiografia, do músculo frontal e dos músculos extensores do carpo, da resposta eletrodérmica e da temperatura das mãos, usando-se um sistema computadorizado. Essas avaliações foram feitas no início, 5ª, 10ª, 15ª e 20ª sessões.

Os voluntários foram submetidos a um total de vinte sessões de acupuntura, duas vezes por semana, em pontos padronizados, seguindo o critério da medicina chinesa tradicional, ou pelo menos o que se acredita dela.

Os indivíduos apresentaram melhora dos valores para ansiedade a partir da 15ª sessão e para depressão a partir da 10ª. Em relação às variáveis fisiológicas, observou-se redução significante nos valores da condutância elétrica da pele a partir da 10ª sessão; diminuição da tensão dos músculos extensores do carpo a partir da 10ª sessão, e do músculo frontal, na 20ª. A temperatura das mãos não apresentou diferença significante.

Esses dados sugerem, segundo a autora, que a acupuntura aplicada nesses pontos, reduz sintomas de ansiedade e depressão. Bom quem faz acupuntura, tanto ativo, quanto passivo sabe disso, mas provar são outros quinhentos.

Parabéns a ela pelo trabalho simples e eficaz, demonstrando a ação da acupuntura e iniciando uma metodologia que pode trazer novas respostas, por exemplo, quanto à escolha dos melhores pontos, à quantidade dos mesmos e ao tipo de estímulo.

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